ideo |LOGICA|

Somos Esquerda (em resposta a moção de estratégia global do Pedro Vaz “És Esquerda”)

Apesar de existir algum preconceito em falar de ideologia, parece-me útil que agora e desde inicio percebamos o que somos e o que queremos. Não se trata apenas de conceitos teóricos. São fundamentalmente valores e ideais que contribuem para a nossa formação pessoal e que nos tornará mais atentos e activos por um “mundo” que não é um fenómeno independente, do qual por vezes nos alienamos, pensando que nada podemos fazer ou simplesmente que não nos diz respeito. Esquecemo-nos que esse “mundo” somos Nós. E se Nós nos recusamos a fazer algo por Nós, quem o fará?

E ainda na “ressaca” (mais para uns do que para outros) da Convenção Distrital: a JS quis deixar claro que é de esquerda. E a JS Aveiro reforça, como é visível no titulo da moção principal apresentada na convenção, assim como a apresentação de uma moção sectorial sobre o tema.

Somos de Esquerda e seremos sempre de esquerda. Somos a Esquerda Socialista. E seremos Esquerda sempre que o PS se “perca” à direita.
Somos uma espécie de “entidade reguladora” do PS que não o deixará esquecer a sua identidade.

Mas o que é a Esquerda?

Poderia falar de conceitos e história, mas correria o risco de me tornar ainda mais “chata” e por isso aconselho a visita ao site do PS e da JS.
Quero apenas dizer que somos uma Esquerda de valores progressistas e democrata.
Somos uma Esquerda que acredita na Igualdade. A Igualdade não com um carácter de homogeneidade (porque não acreditamos em sociedades homogéneas), mas uma igualdade de direitos e oportunidades.

Somos uma Esquerda Fraterna e Solidária que lutará sempre contra as tentativas de privatização de sectores vitais como a segurança social, o sistema prisional, a educação e a saúde; que lutará sempre pelos interesses dos trabalhadores, pelos jovens e por grupos socialmente marginalizados e com mais dificuldade de encontrar as oportunidades; que lutará sempre pela valorização individual dentro das estruturas colectivas.
E finalizo com a frase de Almeida Garrett (quem também “andou” pela convenção) e que me parece ser um óptimo resumo do que somos:

“E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?”

Nós dizemos que não.

O Império Romano, extraordinário e inexplicável, afinal explica-se com o trabalho escravo, que provavelmente seria o dobro ou o triplo (ou mais, ou mais) dos Romanos. A História esquece frequentemente o individuo em detrimento dos grandes acontecimentos.

Não queremos que se esqueçam de Nós.